Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo para a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Unidade São Chico
São Francisco de Paula-RS
Ano do Projeto: 2022
Equipe: Lucas Feitosa, Matheus Godoy e Alicia Sayuri

A exigência de atender o programa de necessidades extenso em um lote pequeno e com pré-existências, como o edifício de valor histórico a ser preservado e duas araucárias, orientam a concepção do edifício que abriga a nova sede da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.

O edifício consiste, essencialmente, em um volume horizontal, o embasamento em concreto, sobre o qual é articulado um bloco verticalizado. Tal configuração permite, além da leitura de dois volumes distintos, o que confere certa leveza ao conjunto, a diversificação de usos e configurações características de uma universidade.

Sua estrutura é relativamente simples: ambos volumes são concebidos em um sistema estrutural conhecido como “dom-ino”, o qual define-se por módulos regulares constituídos por elementos estruturais em concreto armado, como lajes, pilares e núcleos estruturais. Este sistema reforça a flexibilização dos espaços internos decorrentes da tipologia adotada, como permite a otimização do planejamento da edificação, visto que permite a pré-fabricação a partir dos elementos que a constituem. Em virtude do que é exposto, pode-se ordenar a edificação em dois grandes blocos. O embasamento do conjunto abriga os laboratórios, como parte de suas áreas técnicas. Ele conforma, neste sentido, uma área restrita que limita o acesso do público à edificação pela Rua Três de Outubro, o que evidência, consequentemente, o acesso principal, que ocorre pelo pavimento de transição voltado para Praça Capitão Pedro da Silva Chaves.

O volume verticalizado, por sua vez, abriga áreas de uso comum, como o auditório e a biblioteca, áreas educacionais como o laboratório de informática e as salas de aula e áreas administrativas, como salas de reunião e gabinetes para docentes. Conforma-se neste sentido como a parcela mais densa do programa, que abriga as áreas mais frequentadas pela universidade ao longo do dia.

Estes dois grandes blocos, são divididos pelo pavimento de transição, que concentra as principais áreas de recepção do conjunto, reparte a edificação em dois e cria um elemento balizador capaz de equilibrar as atenções dentro da universidade. O acesso à este pavimento ocorre em desnível em relação a seu principal logradouro, a Praça Capitão Pedro da Silva Chaves, superado por uma ampla rampa acessível.

Como consequência da distribuição dos usos pelo conjunto, adota-se estratégias capazes de garantir o conforto ambiental à seus usuários. Entre estas, destaca-se o sistema de chapas metálicas perfuradas que permeia suas fachadas, os quais são capazes de filtrar a incidência de luz solar sobre dos ambientes, como o grande vazio que comunica visualmente todos seus pavimentos, o qual permite uma fonte de luz atenuada internamente. A divisórias internas entre os ambientes, são pré-fabricada com a reutilização de recursos e produção de energia limpa. Referente ao sistema de tratamento de esgoto, se propõem a instalação de biodigestores para suprir essa demanda.

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